A Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe) confirmou a morte de um detento dentro do Presídio Estadual Metropolitano III (PEM III), localizado no município de Marituba. Inconformados com o falecimento, afirma a nota, 150 internos dos blocos D, E e F iniciaram um motim, por volta das 13 horas desta sexta-feira (9), queimando marmitex utilizados nas refeições, colchões e lençóis.
Os detentos afirmam que a morte se deu por conta da comida estragada que teria sido servida na cadeia. Mas, de acordo com a Susipe, as causas da morte só serão divulgadas após o laudo do Instituto Médico Legal (IML).
O superintendente da Susipe, André Cunha, informou que já foi realizada uma inspeção no setor responsável pela alimentação no presídio e está descartada a hipótese de irregularidades. "Se houvesse algum problema com a comida, teria sido generalizado. Digamos que existem cerca de 300 presos, por que só um teve problemas?", questiona o superintendente.
André Cunha contou que a motivação do princípio de motim foi a alegação dos presos de que houve uma deficiência no atendimento do detento pelos funcionários do presídio.
A nota informa que o detento morto é Marcos Lobato Cruz, de 29 anos, que estava preso desde o dia 29 de junho de 2010 e respondia pelos crimes de latrocínio e tráfico de drogas. A Susipe explica que, por volta das 10 horas, Marcos foi encaminhado à enfermaria da unidade prisional, sentindo fortes dores no peito.
"A auxiliar de enfermagem realizou os primeiros atendimentos e imediatamente acompanhou o interno até o Hospital Augusto Chaves, em Marituba. Após 15 minutos, o diretor interino do PEM III foi informado pelo hospital que o detento veio a óbito", detalha a nota.
O diretor do Núcleo de Administração Penitenciária (NAP/Susipe), major Mauro Matos, dirigiu-se ao local para conduzir os trabalhos de normalização da rotina da unidade. O Comando de Missões Especiais (CME) da Polícia Militar foi acionado para dar apoio e em torno das 15 horas. O superintendente André Cunha informou que a situação no presídio já estava controlada. "Não há informações sobre funcionários feridos", afirmou André. De acordo com a Polícia Militar, não foi necessário o uso de força para conter a confusão. A contenção durou em torno de 25 minutos.
Ainda na tarde desta sexta-feira (9) ficou ser realizada uma revista no presídio para a detecção de telefones celulares em poder dos presos. "Não descarto a hipótese de aparelhos terem entrado no presídio através de um familiar ou com a conivência de um funcionário", afirmou André Cunha ao ser questionado sobre o fato de um detento ter entrado em contato direto de sua cela com a reportagem da RBA TV.
O superintendente explicou que caso seja encontrado algum aparelho em poder dos presos ou confirmada a facilitação dada por um funcionário para a entrada do aparelho, os responsáveis serão encaminhados à delegacia para prestar esclarecimentos. (Fonte: DOL)
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