Muitos leitores deste Jornal têm questionado a elucidação do assassinato da adolescente Thaís Santos Feitosa, 12 anos de idade, que foi encontrada morta num matagal no último dia 13 do corrente, em Parauapebas, sem a cabeça, braço e pé direitos e mão esquerda.
Em declarações prestadas à reportagem na manhã desta quarta-feira (29), o delegado Antonio Miranda Neto, diretor da 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil em Parauapebas, revelou que só este ano a delegacia local recebeu 14 ocorrências denunciando o suposto desaparecimento de crianças e adolescentes dos lares de seus pais ou responsáveis.
Desse total de ocorrência, explica o delegado, apenas uma delas se confirmou, que foi o caso da adolescente Thaís Santos Feitosa. Os outros 13 casos foram caracterizados como fuga do lar, “situações em que a adolescente deixa a casa dos pais para ir à escola e desvia o caminho, dirigindo-se para a casa do namorado, motel ou mesmo para a casa de uma amiga ou amigo, e retorna somente no dia seguinte, deixando os pais apreensivos, e por isso procuram a polícia pra dizer que a filha foi raptada”.
Antonio Miranda acrescenta que a polícia está investigando também o desparecimento de Josiane Alves da Silva, de 28 anos, portanto, maior de idade.
Com relação ao caso do desparecimento e assassinato de Thaís, o delegado sustenta que a polícia local continua investigando, com apoio da Delegacia de Homicídios da capital, envolvendo três delegados nas diligências, além de investigadores e escrivães.
Por se tratar de um caso emblemático, a polícia espera desvendar o mais rápido possível o assassinato da adolescente. Para ajudar na elucidação do caso, a coordenação do sistema Disque Denúncia (94 3346-2250) em Parauapebas ampliou de R$ 3 mil para R$ 5 mil a recompensa para quem tiver alguma informação concreta sobre a identificação ou paradeiro dos culpados pela morte de Thaís Feitosa.
Segundo ainda o delegado, a polícia está aguardando até o início da próxima semana os exames de perícia que estão sendo feitos pelo Instituto Renato Chaves, para confirmar se a adolescente teve os membros (pé, braço e cabeça) cortados pelos matadores ou se foram retirados do corpo por animais, e também para saber se a vítima foi violentada sexualmente.
Perguntado sobre alguma pista na identificação dos assassinos, Antonio Miranda respondeu que a polícia ainda não tem nenhuma informação sobre eventual suspeito que possa produzir retrato falado.
BRASÍLIA
Ouvido pela reportagem, Manoel Alves Feitosa, pai de Thaís, reclamou que desde o dia em que a filha dele foi encontrada morta nenhum policial ou representante da Justiça apareceu na residência da família para informar a respeito do andamento das investigações. Só mesmo parentes e amigos, para tentar confortar os familiares da vítima.
“Já estive na delegacia por algumas vezes, mas a informação que dão é que estão investigando o caso e que não podem adiantar nada ainda, para não atrapalhar o trabalho da polícia”, lamenta Manoel Feitosa, adicionando que o que ele mais quer é que a Justiça faça justiça e mande prender os matadores da moça, “até porque não existe crime perfeito”.
Manoel Feitosa aproveitou a reportagem para informar que está se mobilizando para que, depois que ele tomar conhecimento do resultado das perícias que o IML está fazendo, ir a Brasília em busca de apoio com advogados de lá, que também são pastores da Igreja Adventista. “Em Brasília, em companhia dos advogados, vou ao Ministério Público e até à Comissão dos Direitos Humanos, em busca de apoio”, finalizou o pai da vítima. (Vela Preta/Waldyr Silva)
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