quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Acusado da morte do dentista Gilson Rosa joga a culpa no menor



O odontólogo Gilson José da Rosa, 38 anos, foi assassinado ainda na noite do último dia 11, um domingo, e não na madrugada de segunda-feira (12), como se supunha inicialmente. A revelação foi feita por um dos acusados do crime, João Batista dos Santos Oliveira Júnior (foto), 20 anos, recambiado de Araguaína (TO), onde estava preso, para Marabá. Ouvido pelo CORREIO DO TOCANTINS, ele diz que foi o menor, também acusado pelo homicídio, que aplicou as mais de 40 facadas que tiraram a vida do odontólogo.
João Júnior conta que foi procurado pelo menor na noite de domingo, para que o acompanhasse a uma entrevista de emprego no Bairro Cidade Nova, pois não gostaria de ir sozinho, por motivo de segurança.
"Eu estava com duas camisas e uma calça, e chegamos por volta das 22h30 à casa do dentista. Ele pediu que eu ficasse esperando na sala e subiu com o menor para o escritório", narra o acusado. Segundo ele, 15 minutos depois, ouviu gritos de dor e um barulho como se alguém tivesse caído.
"Corri para verificar o que ocorria e encontrei ele [o menor] em cima do dentista, esfaqueando o rapaz no pescoço. Perguntei o que estava acontecendo e o tirei de cima do homem. Ele ficou de pé ao lado do corpo, se tremendo todo e não falou nada", conta João Batista.
Ainda segundo o rapaz, ele, então, tirou uma das camisas que vestia e colocou no pescoço do dentista, na tentativa de estancar o sangramento, já que Gilson sangrava muito. "Ainda cheguei a rasgar a camisa em duas para tentar conter o sangue, mas vi que não podia fazer mais nada e fui ao banheiro me lavar, pois estava todo sujo de sangue", alega Batista.
Segundo ele, o dentista já havia sangrado muito e mexia apenas as mãos, depois tossiu duas vezes, ocasião em que o menor teria dito: "Droga, o cara ainda tá vivo", e desferiu mais facadas em Gilson, acabando de matá-lo.
"Fiquei assustado com o cara morrendo na minha frente. Na hora, ele [o menor] disse que deveríamos ir embora para Goiânia, onde ele tem parentes. Aceitei porque queria levar aquilo tudo para longe. Moro com meu pai e fiquei com medo que algo recaísse sobre ele", narra o acusado.
CARRO ALHEIO
Antes de saírem no carro do dentista, um Ford Fiesta Sedan (placa NST-2768, Marabá-PA), o menor, segundo seu comparsa, arrancou a câmera de segurança e o monitor de TV em que poderiam estar gravadas imagens dos dois e jogou na mala do carro, assim como as roupas sujas de sangue.
Ao passarem na primeira ponte, antes de São Geraldo do Araguaia, os dois equipamentos foram atirados em um rio e ambos seguiram viagem e só pararam em um posto de combustíveis, para tomar banho e trocar de roupa. Por volta de 7h30, chegaram a Araguaína.
Durante a viagem, ainda segundo João Batista Júnior, o menor, que disse ser técnico em enfermagem, contou que mantinha relacionamento com o dentista, mas seu objetivo era roubar o carro para vender e assim conseguir dinheiro para cursar uma faculdade em Goiânia (GO).
Já em Araguaína, segundo Batista, "bateu o desespero", e ele entendeu que tinha de vender o carro de qualquer maneira. Em primeiro lugar, os dois se dirigiram a um ferro-velho, onde o menor ofereceu o automóvel e inventou uma história. Disse que havia brigado com sua mulher e que ela havia ficado com os documentos do veículo e com a habilitação dele. "Não colou", segundo o acusado, e eles partiram para procurar outro local.
PARADA FINAL
Quando passavam em frente a uma construtora, conta João Batista Júnior, foram abordados por um carro da Polícia Militar, cujos policiais, a princípio, consideravam que se tratava apenas de um caso de menor dirigindo sem habilitação.
Entretanto, como a placa do carro era de Marabá, os policiais entraram em contato com a polícia daqui e ficaram sabendo da história. Ambos acabaram presos por latrocínio.
"Agora, ele [o menor] está jogando a culpa em mim, mas eu vou provar que não cometi crime algum, tenho a consciência limpa", disse Batista, acrescentando que conhecia o menor havia três meses e que este havia contado que tinha sido colocado para fora de casa pela mãe e que precisava de ajuda para conseguir emprego.
Indagado sobre por que motivo não procurou a polícia logo que o menor consumou o assassinato, João Batista Júnior disse que isso chegou a passar pela cabeça dele, mas não podia fazê-lo, pois estava desnorteado com tudo. O acusado alegou que o menor estava no controle e reafirmou que vai provar sua inocência e conseguir a liberdade, fazendo questão de deixar bem claro: "Não sou homossexual, nunca tive relação sexual com outro homem. Por favor, coloque isso também na matéria".
INVESTIGAÇÕES
Em entrevista à Reportagem, o delegado José Humberto Cardoso, diretor da 21ª Seccional, declarou que a Polícia Civil está averiguando criteriosamente para responsabilizar cada um – João Batista e o menor – conforme o grau de participação no crime. “A intenção deles foi se aproximar da vítima, o que fizeram por meio de redes sociais, para roubar pertences do dentista. Eles são extremamente frios e calculistas”.
No Tocantins, os acusados foram autuados, mas, ao serem recambiados, em razão de entendimento das polícias do Tocantins e do Pará, estão à disposição do Poder Judiciário de Marabá. “Não há dúvidas quanto à participação deles no crime. O que temos de apurar, agora, é a conduta de cada um, no momento do assassinato: quem deu as facadas; quem segurou a vítima; quem planejou a fuga; quem dirigiu o carro”, destacou o delegado, encerrando que João Batista é do tipo que não gosta de dar informações que contribuam com as investigações e que nega tudo. (Eleutério Gomes, do CT)

2 comentários:

  1. pow esse cara e meu brother cresci com ele, venho aqui deixa claro e ele e inocente.. JR sempre foi um cara de se importa com os outros, se você estivesse mal perto dele ele te ajudava sem querer nada em troca.
    espero que a policia faça uma investigação minuciosa sobre esse menor.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Anônimo10:01:00

      Esse dentista (homônimo) é mais um que pagou um preço cara por ser gay. Se honrasse sua natureza, certamente estaria por aí. Esses guris ganham a confiança e depois acabam matando

      Excluir