Interditada por agricultores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) desde as 22 horas de terça-feira (9), a rodovia PA 275, no trecho compreendido entre os municípios de Curionópolis e Parauapebas, foi desobstruída por volta da 7h40 da manhã de quinta-feira, interditada novamente às 13 horas do mesmo dia e somente ontem (12), por volta das 13 horas, o tráfego na estrada se normalizou, com o deslocamento das dezenas de veículos que se encontravam paradas em enormes filas nos dois sentidos da pista.
A ação radical dos trabalhadores rurais em interditar a rodovia provocou enormes transtornos para quem depende da estrada para viajar, uma vez que os manifestantes não deixavam sequer os passageiros de vans ou de ônibus passarem a pé na barreira para pegar outra condução do outro lado, porque veículos não passavam de jeito nenhum.
Por causa do fechamento da PA 275, algumas empresas que fazem o transporte de passageiros para Belém, outros municípios e estados foram obrigadas a sair de Parauapebas por Canaã dos Carajás, no percurso de 65 quilômetros, pegar um trecho de estrada de chão de 45 quilômetros até a BR 155 e mais 70 km até Eldorado do Carajás, enfrentando uma grande buraqueira na BR. Se a estrada estivesse liberada, o percurso de Parauapebas para Eldorado pela PA 275 seria de apenas 65 quilômetros.
CONFLITO
As lideranças do MST justificam que interditaram a estrada para chamar a atenção das autoridades, pois no último final de semana teriam sido atacadas a bala por fazendeiros da região. Mas os pecuaristas sustentam que em nenhum momento utilizaram armas de fogo para atacar os ocupantes da terra. “Eles é que atiraram contra nós e atingiram duas pessoas que viajavam de van ou de ônibus e tentaram furar o bloqueio na rodovia”, explica João Barreto, um dos proprietários da fazenda ocupada pelos sem-terra.
A Polícia Civil de Curionópolis está investigando quem são os responsáveis pelos disparos de arma de fogo que atingiram as duas pessoas durante o conflito entre trabalhadores sem-terra e donos da terra que vem sendo ocupada por famílias ligadas ao MST.
Os colonos estão instalados no acampamento Frei Henry, às margens da rodovia PA 275, município de Curionópolis. (Vela Preta/Waldyr Silva)
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