A Polícia Civil de Curionópolis está investigando quem são os responsáveis pelos disparos de arma de fogo que atingiram no final de semana duas pessoas durante conflito entre trabalhadores sem-terra e pecuaristas donos da terra que vem sendo ocupada por famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).
Por causa do conflito, os colonos instalados no acampamento Frei Henry, às margens da rodovia PA 275, município de Curionópolis, mantém interditada aquela estrada desde as 22 horas de terça-feira (9), provocando os maiores transtornos para quem depende da rodovia para viajar ou transportar mercadorias.
Lucas Santos, um dos coordenadores do MST, declarou à reportagem que cerca de 500 famílias se encontram instaladas no acampamento há 3 anos. Ele conta que no último sábado (6) as famílias foram surpreendidas por trabalhadores da fazenda que chegaram ao acampamento disparando arma de fogo na direção dos barracos, estourando foguetes (fogos de artifício) e destruindo barracos nas hortas, mas ninguém foi ferido no acampamento.
“Temendo que alguma bala atingisse algum de nós, por volta das 22 horas de terça-feira (9) resolvemos nos posicionar no meio do asfalto da rodovia PA 275, impedindo o tráfego de veículo, até que as autoridades nos atendam”, explica Lucas Santos.
João Barreto, um dos proprietários da fazenda ocupada pelos sem-terra, sustenta que “em nenhum momento usamos armas para nos defender. Eles é que atiraram contra nós e atingiram duas pessoas na rodovia”.
Segundo o pecuarista, já foram feitos vários acordos com os sem-terra na Vara Agrária, mas eles não cumpriram nenhum deles. “Estamos com mandado de reintegração de posse em mãos, assinado pela Justiça em 2 de junho deste ano, mas a decisão ainda foi cumprida”, lamenta João Barreto.
Solidário aos pecuaristas, Marcelo Catalão, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Parauapebas (Siproduz), explica que na última sexta-feira (5) os sem-terra chegaram até a sede da fazenda e destruíram a cerca de arame, queimaram o pasto e ordenaram que os trabalhadores caíssem fora, pois eles iam se apossar de toda a área da propriedade. “Por causa dessas ameaças, um grupo de fazendeiros da região se acampou na sede da fazenda desde sábado, para evitar maiores estragos”.
O delegado Bruno Fernandes de Lima, de Curionópolis, diz ter provas que os disparos foram feitos e duas pessoas foram atingidas e atendidas no hospital municipal de Curionópolis. “Abrimos inquérito para apurar quem são os responsáveis pela tentativa de homicídio e colocar os culpados na cadeia, seja de que lado for”, sentenciou o delegado. (Vela Preta/Waldyr Silva)
gostei muito pois me deu muita ajuda
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