A polícia ainda não tem pistas suficientes para colocar na cadeia os pistoleiros que na última quarta-feira (01) executaram o agricultor Marcos Gomes da Silva, no acampamento Nova Sapucaia, localizado no município de Marabá.
O corpo da vítima foi encontrado na manhã da última quinta-feira (2) a cerca de dois mil metros do barraco de palha onde morava o agricultor, foi velado nesta sexta-feira (3) na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Eldorado do Carajás e enterrado ontem mesmo por volta das 5 horas da tarde.
De acordo com o delegado Elias Jorge Francês, de Eldorado do Carajás, as investigações em torno do homicídio ainda são insuficientes para elucidação da execução de Marcos Gomes da Silva, mas estão bastante adiantadas para chegar aos matadores do agricultor.
Segundo apurou a autoridade policial, Marcos Gomes foi primeiramente atingido a bala ainda no acampamento, mas conseguiu fugir dos atiradores e foi conduzido no veículo do amigo Antonio Coelho a Eldorado do Carajás para ser atendido em hospital da cidade.
A cerca de dois quilômetros do acampamento, ainda de acordo com o delegado, o carro em que Marcos Gomes era transportado ferido foi interceptado na estrada por dois homens encapuzados e armados, ordenando que os demais passageiros, Antonio Coelho, a mulher da vítima e Dejesus Martins Araújo, descessem do veículo e corressem, deixando no mesmo apenas Marcos.
Com medo de serem fuzilados, condutores e passageiros do veículo abandaram o homem que estava ferido em poder dos dois elementos encapuzados e saíram em desabalada carreira rumo à Vila Betel, na BR 155 (antiga rodovia PA-150), com o intuito de chegar até Eldorado e denunciar o fato.
Os dois indivíduos executaram Marcos Gomes ali mesmo na vicinal de acesso ao acampamento Nova Sapucaia, onde o corpo da vítima foi encontrado somente no dia seguinte, quinta-feira (2).
Essas informações foram passadas ao delegado Elias Francês por Dejesus Martins Araújo, 25 anos, natural de Divinópolis (TO), diretor da Fetagri na região.
ENVOLVIMENTO
Baseada em denúncias recebidas, a polícia diz estar investigando também a vida pregressa e a verdadeira identidade de Carlos Gomes, que seria membro de uma quadrilha que vinha atuando na região em crimes de assalto a ônibus e vans que transportam passageiros na região.
Procurada pela reportagem para falar sobre o assunto, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Eldorado do Carajás, Regina Maria Gonçalves Chaves, que na tarde de ontem se encontrava no velório da vítima, na sede do sindicato, sustenta que Carlos Gomes era uma pessoa direita que vivia honestamente do trabalho suado na agricultura.
“Peço justiça às autoridades deste estado, porque não aguentamos mais presenciar tantos companheiros nossos sendo executados e pistoleiros e mandantes livres por aí”, apelou a sindicalista, citando vários nomes de trabalhadores rurais que já foram assassinados nos últimos anos na região. (Reportagem: Vela Preta; redação: Waldyr Silva)
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