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João da Costa, pai da vítima |
A família do operador de VT da TV SBT em Parauapebas, Manoel da Costa, 24 anos, natural de Vargem Grande (MA), que residia na Rua Maranhão nº 296, Liberdade, Parauapebas, executado com dois tiros no peito na madrugada do último sábado (8), acusa a polícia de ser a autora da execução sumária do rapaz.
Por ocasião do enterro da vítima, no domingo (9), no cemitério do Altamira, um ônibus que transportava familiares e amigos de Manoel da Costa ostentava várias faixas e cartazes atribuindo o crime como sendo praticado por policiais integrantes do Grupo Tático da Polícia Militar.
De acordo com o que revelou à reportagem João da Costa, pai da vítima, o filho dele estava se divertido na Praça do Liberdade, quando chegou ao local uma guarnição do Grupo Tático atirando para o alto no meio das pessoas que estavam no logradouro público.
Ao ouvir os disparos, contou, o filho dele correu assustado e conseguiu se livrar de um revólver que portava na cintura. “Como ele tinha uma perna quebrada, caiu logo em seguida ao chão, e foi quando os policiais chegaram e pediram documentos pessoais. Ele se identificou, mas mesmo assim eles executaram o rapaz, ainda no chão, com dois tiros no peito”, detalha João da Costa, ainda desolado com a perda do filho, que, segundo ele, foi assassinado deitado de costas no chão e com os braços abertos, pedido para não ser executado. Na opinião do pai da vítima, a polícia matou um inocente, que deixa a esposa gestante de seis meses. “Mas a família vai entrar com uma ação na Justiça contra a Polícia Militar, pois queremos Justiça”, acrescenta.
Na delegacia, o diretor da 20ª Seccional Urbana, Antonio Miranda, diz que a polícia tem 30 dias para concluir o inquérito de investigação. “A priori, tomamos conhecimentos que a vítima reagiu à ordem de prisão, deu dois disparos contra os policiais e estes se defenderam, efetuando tiros contra o rapaz”, adianta o delegado, adicionando que as armas dos policiais e da vítima estão sendo encaminhadas para perícia.
No auto de resistência apresentado na delegacia, os policiais integrantes da guarnição – Valdenir Azevedo Barros (cabo Azevedo), José Carlos Nogueira de Araújo Filho (soldado Nogueira), Gilberto da Silva (soldado Gilberto) e Adriano Alan Duarte Lopes (soldado Lopes) – alegam que agiram “em estrito cumprimento do seu dever legal, de proceder a ato policial para agir em legítima defesa, usando os meios proporcionais e sem excessos, o que possibilitou afastar o perigo imediato e iminente”.
A reportagem do CORREIO esteve na manhã desta segunda-feira (10) no quartel local da Polícia Militar para ouvir o comando da corporação, mas o ten-cel. Roberto Coraci se encontrava em Belém, onde fora assistir ao Círio de Nazaré. Em seu lugar, o oficial de dia, major Sérgio Pastana, não quis gravar entrevista com o jornal, limitando-se a informar que o caso está sendo investigado pela Polícia Civil. (Vela Preta/Waldyr Silva)