sábado, 2 de julho de 2011

Presos três matadores de comerciante sequestrado em Parauapebas



Após cinco dias de investigações, a Polícia Civil localizou e prendeu, na noite de quinta-feira (30), três dos quatro envolvidos no sequestro seguido de morte do comerciante José Antônio da Silva, 38 anos, conhecido como "Toinzinho", ocorrido no sábado (25), em Parauapebas.
Rodrigo Andrade Silva, 26 anos; Samuel Nascimento Silva, conhecido como "Diabinho", 32; e Isaías Pereira Silva, 24 anos, foram capturados no Bairro Morada Nova, em Marabá, aparentemente tentando fugir para o Maranhão. O quarto indivíduo, Hayone Nascimento, conseguiu escapar.
Os três são moradores de Parauapebas e naturais do Maranhão. Com eles foram encontrados duas armas calibre 38, sendo um revólver da marca Rossi e outro da marca Taurus; 38 munições do mesmo calibre, o celular da vítima e o chip telefônico utilizado para manter contato com a família.
A prisão foi uma ação conjunta da Superintendência de Polícia Civil do Sudeste do Pará com policiais civis de Marabá e Parauapebas, e da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), de Belém.
“Tínhamos a informação de que eles estavam em uma pousada e ficamos aguardando alguma movimentação. Os abordamos em via pública e um deles conseguiu evadir-se”, contou o superintendente, delegado Alberto Henrique Teixeira de Barros.
Os quatro estavam escondidos em uma pousada no bairro e saíram em direção ao ponto de vans quando foram abordados. Já Hayone Nascimento, ao perceber a ação policial, correu e desapareceu em meio à população.
“Fizemos um cerco com a participação da Polícia Militar, que prontamente se colocou à disposição, mas, infelizmente, não conseguimos fazer essa prisão”, lamentou o superintendente.
Acusados
Os acusados confessaram ter sequestrado e matado o comerciante por volta das 20 horas de sábado (25), quando entraram na casa do pai dele e o capturaram. O mentor do crime foi "Diabinho", que soube, há cerca de um mês, que Toinzinho havia vendido uma fazenda por R$ 2 milhões. Ele se juntou a outros três indivíduos e planejou o sequestro, com a intenção de exigir R$ 1 milhão de resgate.
Diabinho afirma que o sequestro foi planejado por motivos financeiros, mas diz que a intenção não era matar o comerciante. “Apesar do planejamento, saiu errado e teve o homicídio do rapaz. Eu não estava no local no momento e não sei quem matou”, disse.
Os outros dois presos repetem a mesma história. Para todos eles, esse seria um dinheiro fácil a ser ganho. Rodrigo acrescentou que toda a ação foi planejada conjuntamente. Isaías, por sua vez, o único sem passagem pela polícia, afirma que esse foi o primeiro crime que cometeu.
“Minha participação foi capturar o rapaz. O monitoramos por quatro dias e ele foi escolhido porque era rico. Nos conhecemos há muito tempo e nunca cometemos outro crime juntos”, alega Isaías.
Sequestro
De acordo com o delegado Antônio Miranda, diretor da Seccional de Polícia Civil de Parauapebas, na noite de sábado os elementos invadiram a residência do pai de Toinzinho, localizada no Bairro Rio Verde, portando duas armas de fogo, e o retiraram da residência em um Corsa Sedan,  deslocando-se à zona rural, onde ele seria mantido em cativeiro.
Durante o percurso, entretanto, José Antônio reconheceu os indivíduos, situação que resultou na morte dele. “Eles [vítima e sequestradores] tinham convivência, tendo chegado, inclusive, a jogar futebol juntos. Ao serem reconhecidos, eles decidiram abortar o sequestro, tirando a vida da vítima”, explicou o delegado Alberto Teixeira.
Mesmo após terem matado "Toinzinho", os sequestradores continuaram entrando em contato com a família, fingindo que ele continuava vivo, para conseguir a quantia que queriam. Em um primeiro momento, os bandidos pediram R$ 1 milhão como resgate, valor que posteriormente foi baixado para R$ 500 mil.
“O mais chocante foi que, mesmo sabendo que a vítima já estava morta, eles continuaram com o plano criminoso, exigindo o valor para um dos irmãos dele”, destaca o delegado Ivanildo Santos, da DRCO.
Foragido
A polícia trabalha agora para descobrir o paradeiro de Hayone e também prendê-lo. “Ele está com o mandado de prisão expedido pela Justiça, já é um foragido. O trabalho continua no sentido de encontrá-lo”, destacou o delegado Ivanildo. Os policiais lembram que o número de telefone 181 está disponível para denúncias anônimas também em casos como este.

Os outros três foram autuados em flagrante em Marabá por posse e porte ilegal de armas e munições, formação de bando e quadrilha. Em Parauapebas, responderão pelo crime de sequestro seguido de morte. Os presos já foram encaminhados para o Centro de Recuperação Agrícola "Mariano Antunes" (Crama). (Luciana Marschall/Correio do Tocantins)

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