Após diversos assaltos a ônibus
coletivos realizados na semana passada, a Polícia Militar conseguiu prender em
Marabá Vander Ferreira Duarte e Gleyciano Nunes de Oliveira, ambos de 23 anos,
que apareciam em praticamente todas as gravações das câmeras de segurança dos
ônibus da empresa TCA, cometendo assaltos aos caixas.
A dupla foi presa na noite da última
sexta-feira (1º) em posse de uma arma de cano longo de fabricação caseira,
utilizada nos crimes. Segundo o soldado PM Renato, a guarnição na qual ele
estava reconheceu a dupla enquanto os acusados caminhavam na rua. “Há vários
dias, estávamos no encalço desses elementos, que vinham praticando assaltos a
ônibus. Em ronda, observamos os dois caminhando na rua, com a mochila nas
costas, na qual poderiam estar levando uma arma”, afirmou o policial.
Em seguida, a guarnição realizou a
abordagem e encontrou o armamento. “Não deu outra: encontramos uma escopeta
caseira; além disso, eles confessaram os crimes. Não sei o que passa na cabeça
deles de praticarem o crime na cara dura”, comentou o soldado. Na 21ª Seccional
Urbana de Polícia Civil em Marabá, Gleyciano informou que a dupla se revezava
entre quem rendia o motorista com a arma e quem fazia a limpeza do caixa.
“A gente roubou uns cinco ônibus, mas
começamos há poucos dias. Inventamos uma vez, deu certo e continuamos”, contou
Gleyciano, acrescentando, entre risos, que a dupla faturava menos de R$ 100 por
assalto. Já Vander disse que estava passando pela primeira vez na delegacia e
sequer havia visitado alguém na cadeia. Ele também confirmou os roubos, mas
disse que a dupla evitava assaltar passageiros, porque os dois são “cristãos”.
Ambos afirmaram, também, que são
usuários de drogas e encontraram nos roubos a maneira mais fácil de suprir o
vício. “Eu roubava pra fumar droga. Um celular de R$ 1.300 troquei por três
pedras na ‘boca de fumo’”, afirmou Vander. Questionado se não sentia pena das
vítimas que fazia, Vander declarou que o desejo pela droga sempre fala mais
alto. “Dói meu coração, mas vou lhe dizer uma coisa: quem vai ligar ‘pras’
coisas dos outros quando está na ânsia de fumar o produto?”, finalizou.
Os dois já vinham sendo alvo de
investigação da Polícia Civil iniciada dias antes da prisão pela Polícia
Militar. Na sexta-feira, dia em que os dois foram presos, representantes da
empresa Transporte Coletivo de Anápolis (TCA) haviam procurado a delegacia com
imagens que os identificavam. Segundo a empresa, apenas na última semana foram
registrados oito assaltos. (Luciana Marschall)
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