Cerca de 80 policiais do Comando de Operações Especiais (COE), Tropa de Choque, Rotam, Corpo Militar de Saúde e Deca deram apoio na manhã desta sexta-feira (12) à reintegração de posse da fazenda Santo Antonio, localizada a 16 quilômetros do centro de Parauapebas, às margens da rodovia PA-160, sentido Canaã dos Carajás, retirando do local 58 famílias de sem-terra que estavam acampadas.
Em declarações prestadas à reportagem do CORREIO DO TO-CANTINS, que acompanhou a operação, o ten-cel. Campos, co-mandante da guarnição, informou que as famílias de trabalhadores rurais estavam deixando a área pacificamente, com apoio de mem-bros da Ouvidoria Agrária e do Governo do Estado.
Em caso de algumas dessas famílias retornarem ao acampamento, o oficial garantiu que tem ordens para prendê-las por desobediência e entregá-las à Justiça. A terra pertence ao fazendeiro Varley de Deus Vieira, que não esteve acompanhando a reintegração de posse.
Segundo o delegado José Humberto de Melo Júnior, diretor da Dele-gacia de Conflitos Agrários (Deca), os policiais estão acompanhan-do a reintegração de posse em cinco propriedades rurais na região, sendo esta no município de Parauapebas e quatro na próxima se-mana em Marabá.
“A orientação é que as famílias acampadas deixem pacificamente o local, com base na ordem judicial de reintegração de posse”, enfatizou o delegado José Humberto, acrescentando que os colonos estavam obedecendo à decisão da justiça, sem nenhuma reação que merecesse intervenção da polícia.
Procurada pela reportagem, Maria Adalgisa dos Santos, que estava acampada na fazenda Santo Antonio, informou que ela e as demais famílias se encontravam na propriedade há seis anos.
Segundo a agricultora, há 8 meses o pessoal do Incra fez o cadastro dos colonos que se encontravam na área e teria garantido que agora as famílias podiam se considerar assentadas e não mais acampadas.
“Para nossa surpresa, agora somos obrigados a deixar a área, pois o proprietário da terra ganhou na justiça o direito de ter toda a pro-priedade. Mas nós sabemos que o fazendeiro só tem documento de 115 alqueires da área”, reclama a assentada.
Maria Adalgisa acrescenta que os acampados tiveram a garantia do advogado da CPT, José Batista, que seriam retiradas apenas 25 fa-mílias que estariam em área que o fazendeiro diz que é dele, “mas agora fomos surpreendidos que todas as famílias têm que deixar o acampamento. Mas só saio daqui se for morta”, reagiu. (Repor-tagem: Vela Preta; redação: Waldyr Silva)
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