Simone Moreira dos Santos, viúva do advogado Jakson
de Souza e Silva, 45 anos, presidente da Subseção da OAB em Parauapebas, que
foi morto com um tiro de calibre 12 no sábado (24), em Manaus (AM), declarou
nesta quarta-feira (28) à reportagem que ainda não consegue acreditar na
partida brusca do companheiro dela.
"É muita dor. Quando estou em casa parece que
ele [Jakson] vai chegar e entrar. Está sendo muito difícil. Meu filho de três
anos está em estado de choque. Grudou no meu cunhado e não aceita mais ninguém”,
lamenta Simone Moreira.
Ela lembra que o marido costumava dizer que não
tinha medo de nada, que achava que nada aconteceria e que estava sempre despreocupado.
Afirma ainda que neste ano o advogado não havia reclamado de ter recebido
qualquer comunicado que pudesse ser preocupante.
O corpo de Jakson Silva foi sepultado por volta das
11 horas da última terça-feira (27), no cemitério municipal da Estada Faruk
Salmen, no Bairro Vila Rica, Parauapebas. A despedida se deu sob forte comoção
e tristeza de amigos, colegas de profissão e familiares.
Ao tomar conhecimento do homicídio, Simone Moreira,
que se encontrava em Parauapebas, precisou voar até Manaus para tratar dos trâmites
de liberação do corpo.
O velório e o sepultamento do marido foram
acompanhados por um mar de gente. "Me assustei quando vi a multidão. Sabia
que ele era muito conhecido, porque, independente da OAB, ele sempre foi bem
relacionado, tinha muitos amigos e conhecia todo mundo, mas me surpreendi”,
declara.
Ela diz que está deixando o acompanhamento das
investigações a cargo da polícia e dos advogados do município. “A OAB está
acompanhando, pois nesse momento minha família e meus filhos estão precisando de
mim”, afirmou. Para ela, apenas a Justiça poderá amenizar um pouco a dor dos
familiares. "Não sei em que acreditar em relação a esta morte. Vou esperar
a polícia, pois tudo o que quero é que o crime seja apurado e que os
responsáveis paguem por isso. Quero que seja feita a justiça e que sejam presos
os responsáveis”.
A OAB do Pará e a Secretaria de Segurança Pública de
Manaus (AM) determinaram prioridade máxima na elucidação do assassinato.
Conforme as investigações preliminares, dois homens, ainda não identificados,
em uma motocicleta, utilizaram uma arma de fabricação caseira para matar o
advogado, que foi atingido por um disparo no tórax, em via pública. O advogado
chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
Os familiares de Jakson não sabiam que ele estava na
cidade, já que informou que iria a Belém. Ele estaria em Manaus para visitar
uma amiga em seu aniversário e levava uma garrafa de vinho importado na mala. O
homicídio ocorreu próximo ao apartamento da mulher.
A OAB Pará não vê o crime como um acaso e leva em
conta ameaças que a vítima vinha sofrendo. Além disso, afirma que o advogado
estava em Manaus a trabalho e que ele havia registrado uma ameaça em 10 de
janeiro de 2014, após receber um bilhete enquanto estava em um restaurante de
Parauapebas. (Vela Preta/Waldyr Silva)
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