Trio acusado de dar golpe em jovens é preso em Parauapebas

A Polícia Civil prendeu em flagrante delito, na noite da última quinta-feira (30), em Parauapebas, os indivíduos Reginaldo Esteves Gomes, William Dayk Araújo Lima e Medijany Socorro Lemos Corumba, acusados, dentre outros crimes, de estelionato.

“Os três estavam aplicando um grande golpe na cidade, por meio de veículos de comunicação local, oferecendo o programa Menor Aprendiz, com a promessa de falso emprego, cobrando das vítimas uma taxa de R$ 90 pela matrícula, além de bolsa auxílio de R$ 210 e cursos”, explica o delegado Thiago Carneiro, diretor da 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil.

Segundo o delegado, após essa divulgação, a polícia começou a acompanhar a ação dos suspeitos, culminando com a prisão em flagrante, em um hotel de luxo da cidade, onde eles estavam reunidos com mais de 300 vítimas, entre adolescentes e adultos.

A Polícia Civil descobriu que o contrato oferecido às vítimas possuía itens falsificados e assinaturas de pessoas que não estavam ligadas à suposta empresa. “Ninguém nunca recebeu nada em troca do dinheiro da matrícula e essa quadrilha já agiu em outras regiões do Brasil, como em Marabá, e fariam o mesmo em Santarém”, disse Thiago Carneiro.

Com relação aos cursos que eram oferecidos pelo trio, o delegado informou que a investigação apontou a inexistência deles. “Não há nenhum curso em andamento e a história deles não está bem explicada”, sustenta o delegado, acrescentando que, além de estelionato, os três foram autuados por falsidade de documento particular, uso de documento falso e associação criminosa. A reportagem não teve acesso aos presos para ouvir a defesa deles.

Marabá

O bando vinha atuando também em Marabá, onde conseguiu fazer outras vítimas. Vários pais de adolescentes procuraram a unidade local da Faculdade de Anhanguera na tarde desta sexta-feira (31), assim que souberam da prisão dos três acusados em Parauapebas. Duas pessoas que participavam do esquema em Marabá conseguiram fugir: Francisco Cândido e uma mulher de prenome Raquel.

“Eles cobravam R$ 90 com promessas de cursos e de encaminhar as pessoas para empresas da cidade. De acordo com a promessa, a pessoa já sairia com o emprego garantido”, conta Edivaldo Gomes Gonçalves, pai de um adolescente que havia se inscrito no suposto programa.

A mãe de outra adolescente, de 14 anos, relata que ouviu a divulgação a respeito dos cursos durante toda a semana numa emissora de rádio. “Foi um golpe que deram na gente e eu quero justiça”, exige Cleudiana Cabral de Sousa.

“Nós, que estávamos fazendo o contrato e recebendo o dinheiro, não temos nada a ver com essa empresa. Fomos vítimas, pois trabalhamos e não recebemos. E a faculdade não tem nada a ver com o golpe, pois só cedeu o local para os golpistas, sem saber a real intenção do bando”, declarou uma moça contratada pelos bandidos, que, segundo ela, prometeram pagar meio salário mínimo e vale transporte pelos serviços prestados, o que não aconteceu. (Vela Preta/Waldyr Silva)