Davi Rodrigues Cabral e Fabrício Tomé da Silva foram
presos na madrugada do último domingo (16), com várias armas de fogo, munições,
drogas e veículos encontrados em locais diferentes. Os dois são suspeitos de
envolvimento na morte do pastor evangélico Raimundo Nonato Rodrigues da Silva,
alvejado com cinco tiros no dia 15 de outubro. A Polícia Civil acredita que
eles não sejam os únicos envolvidos no homicídio.
“Desencadeamos a investigação desde o dia do crime,
um mês atrás, seguindo todas as informações recebidas, inclusive a análise das
localizações dos suspeitos. Fizemos campanas e diligências nas ruas para
confirmar os endereços, chegando a identificar dois dos autores”, reforça a
delegada plantonista Raissa Belebone.
Davi Cabral e Fabrício Silva foram presos na mesma
casa, no Bairro Tropical I, Parauapebas. Davi é casado com a mãe de Fabrício.
Apesar de ainda haver controvérsias, a polícia suspeita que a motivação do
crime tenha sido vingança.
“Obtivemos a informação de que algum tempo atrás o
pastor teria invadido uma festa que Fabrício estava organizando, revistou todo
mundo e levou alguns pertences, como se fosse policial, ameaçando o Fabrício de
morte no final. Depois dessa ameaça, Fabrício comunicou Davi e eles se
organizaram para praticar o crime”, conta a delegada.
Operação
“Apocalipse”
A operação “Apocalipse” foi deflagrada durante o
final de semana e teve como objetivo o cumprimento de quatro mandados de busca
e de dois mandados de prisão, sendo esses últimos para Davi e Fabrício. A
delegada Raissa informa que dos quatro alvos dos mandados de busca em três
foram encontradas armas de fogo.
O primeiro alvo foi a residência de outro suspeito,
no mesmo bairro em que o veículo do pastor Raimundo Nonato foi abandonado. Ali
a polícia apreendeu um revólver calibre 22 e prendeu em flagrante Everton
Ferraz.
Em seguida, a equipe policial se dirigiu ao segundo
alvo, um depósito de gás desativado, mas nada foi encontrado no local. Como
terceiro alvo, foi abordada a casa onde estavam Davi e Fabrício, onde a polícia
se deparou com espingarda, munições, quantidade de drogas, vários documentos,
carro e duas motocicletas.
Por fim, a operação chegou até uma residência na
zona rural, onde provavelmente morava Davi e esposa. Nessa casa, a polícia
achou uma grande quantidade de armamentos, inclusive uma pistola calibre 380
que os policiais acreditam ter sido utilizada para assassinar o pastor.
Acusados
Os dois acusados foram ouvidos pela polícia logo
após a prisão. De acordo com a delegada Raissa, Davi negou qualquer
participação no homicídio do pastor evangélico. Ele confirmou que estava na
cidade na data em que o crime ocorreu, mas alegou que não tinha nada contra o
religioso.
Enquanto isso, Fabrício confessou seu envolvimento,
mas afirmou que apenas ficou responsável por esconder o carro da vítima,
encontrado no mesmo dia em que o corpo do presbítero foi achado. Segundo a Polícia
Civil, Davi Cabral também foi autuado por corrupção ativa, pois chegou a fazer
uma proposta de R$ 100 mil aos policiais na tentativa de não ser preso.
Homicídio
O pastor evangélico Raimundo Nonato foi encontrado
morto na manhã do dia 15 de outubro, no Bairro Cidade Jardim, Parauapebas. Ele
levou cinco tiros na cabeça, em frente a uma obra onde trabalhava como
empreiteiro. O líder religioso era membro da igreja Assembleia de Deus
Madureira.
A princípio, a polícia acreditou tratar-se de latrocínio
(roubo seguido de morte), visto que o carro e alguns pertences do pastor haviam
desaparecido. Porém, no mesmo dia policiais encontraram o veículo em outro
bairro. (Vela Preta/Waldyr Silva)
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