Alegando que um grupo de pessoas integrantes do
Movimento de Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) invadiu a sede da Fazenda
Fazendinha (localizada às margens da Rodovia PA 275, entre os municípios de
Parauapebas e Curionópolis), cortou cerca de arame e matou reses, o fazendeiro Sidney
Rubens Oliveira Barreto, conhecido por “Dão”, pai de Kênia de Freitas Barreto, dona
da fazenda, com apoio de pecuaristas da região, interditou a PA 275.
A interdição da estrada durou das 5 horas da madrugada
ao meio-dia desta quinta-feira (12), provocando grandes transtornos para quem utilizava
a rodovia e não podia prosseguir viagem.
À reportagem, o fazendeiro “Dão” explicou que, dos 78
alqueires da fazenda, os sem-terra ocupam 8 alqueires, e agora querem se
apropriar de toda a propriedade. “Diante desse descaso das autoridades, resolvemos
interditar a estrada, até que alguma solução seja tomada para solucionar o impasse”.
Antonia Alcilene, membro do MST, denunciou que os
fazendeiros dispararam tiros em direção ao acampamento e ela foi atingida de
raspão por uma bala na coxa esquerda. “Muita gente não acredita que foi bala,
mas tenho certeza que foi”, assegura a mulher, mostrando a perna roxa.
Por sua vez, Doraci de Melo, coordenadora do MST no
acampamento Frei Henry, diz que os latifundiários apresentam sempre a desculpa
que os sem-terra vivem atormentando a vida deles. “Agora, estão nos acusando de
ter cortado cerca de arame e matado gado deles. Isso não procede”, rebate
Doraci de Melo.
“Fomos marcar nossa área, para fazer roça, e
atingidos com bala. Estamos acampados aqui, em torno de 280 famílias, com o
consentimento do Ministério de Desenvolvimento Agrário, por meio do programa Terra
Legal, porque a terra não pertence aos fazendeiros. Estamos aqui para produzir
alimentos”, declara a coordenadora do MST. (Vela
Preta/Waldyr Silva)
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