Até o fechamento desta matéria, a Polícia Civil ainda
não tinha feito a prisão preventiva do homem identificado apenas pelo prenome
Moisés, 25 anos, acusado de assassinar com três tiros na cabeça a ex-namorada e
prima Laissy Lorrany Carvalho da Silva, de 15 anos, na madrugada do último
sábado (28), no Bairro Palmares Sul, em Parauapebas.
Conforme o delegado Rodrigo Paggi, diretor da 20ª
Seccional Urbana de Polícia Civil, o crime teria tido motivação passional e o
principal suspeito continuava foragido.
"A polícia recebeu a informação de que uma
adolescente havia sido baleada vítima de disparo de arma de fogo. Fizemos o
levantamento no local do crime e conseguimos descobrir informações sobre o
acusado através das oitivas das testemunhas e trabalho investigativo”, informou
o delegado, acrescentando que a investigação apontou o ex-namorado.
Segundo ainda a autoridade policial, o acusado não
aceitava o término do namoro com Laissy Lorrany, que cursava o primeiro ano do ensino
médio. Inconformado, ele pegou uma arma de fogo e efetuou três disparos contra
a cabeça da ex, que ainda foi socorrida e encaminhada para o pronto-atendimento,
onde morreu.
O delegado diz ter protocolado no Poder Judiciário o
pedido de medida cautelar competente. “Vamos cumprir essa medida e até este
momento ele está foragido, o que, por si só, é uma circunstância para ser
decretada a prisão preventiva. Esperamos, ainda, que ele colabore de forma
espontânea”, sugeriu Rodrigo Paggi.
Goialândia Carvalho da Silva Vieira, mãe da vítima, informou
que a menor namorou há aproximadamente dois anos o acusado, desde os 13, e
havia terminado recentemente. “Desde o início eu e o pai dela não aceitávamos esse
relacionamento, porque ele já era maior de idade e na época ela só tinha 13
anos. Esse namoro acabou ocorrendo e a gente findou aceitando, porque a menina insistia
que gostava muito dele e ele também. Além disso, ele morava ao lado da nossa
casa”, informou Goialândia Carvalho.
Ainda segundo a mãe da jovem, Laissy Lorrany
terminou com o namoro com o rapaz, alegando que havia deixado de gostar dele.
“Ela não gostava mais do namorado como no começo e acho que ele não quis
aceitar a situação. Quando ele a conheceu, era muito magrinha e de repente ela
virou uma mulher e acho que ele ficou enciumado”, avalia.
Ela diz ainda que a filha não havia comentado nada
com a família e nem com as colegas, mas acredita que a vítima vinha sofrendo
ameaças.
Demora
na liberação do corpo
Manoel Teles da Silva, avô da vítima, reclamou da
demora na liberação do corpo de Laissy Lorrany por parte do Instituto de
Medicina Legal (IML), em Parauapebas, que, segundo ele, só realizou a necropsia
após o jogo entre Brasil e Chile, na tarde sábado (28).
Segundo Manoel Teles, a neta dele foi assassinada
por volta de 1 hora da madrugada de sábado e o corpo entregue à família apenas
às 19 horas do mesmo dia. “Fiquei muito indignado com isso, porque a polícia e
o IML sabiam o que estava acontecendo, mas não estavam nem aí, deixando o corpo
de minha neta por várias horas ensanguentado sobre a pedra”, lamenta. (Vela Preta/Waldyr Silva)