Até esta sexta-feira (31), a Polícia Civil ainda não
possuía muitas informações acerca do assassinato praticado contra Lucilene
Sales de Brito, de 26 anos, cujo corpo foi encontrado despido em adiantado
estado de decomposição na noite da última segunda-feira (27) às margens da Rua
Arthur Bernardes, no Bairro Paraíso, em Parauapebas.
O corpo da vítima foi encaminhado para o Instituto de
Medicina Legal (IML) de Marabá, onde ficou constatado que Lucilene sofreu
golpes de pedra na cabeça. O laudo final, que ainda não foi concluído, deverá
apontar se a mulher foi vítima de violência sexual antes de ser morta.
De acordo com a delegada Raissa Maria Belebone, a vítima
não era vista há três dias, quando o corpo foi encontrado. “Ela sempre passava
os finais de semana fora, mas dava notícias por telefone à família. Eles
estranharam quando ela não ligou, mas não procuraram a polícia para informar o
desaparecimento”, explicou a delegada, acrescentando que no dia 24 Lucilene
havia sido vista em dois estabelecimentos noturnos, sendo que um deles próximo
ao local onde o copo foi encontrado.
“Em breve teremos às imagens das câmeras de
segurança dos estabelecimentos, para sabermos com quem ela estava e saiu do
bar. Enquanto isso, vamos analisar o perfil da própria vitima, para tentar
descobrir a motivação para este fato”, relatou Raissa Belebone.
A namorada, com quem Lucilene mantinha relacionamento
conturbado de aproximadamente três anos, prestou depoimento na 20ª Seccional
Urbana de Policia Civil, relatando que as duas haviam se separado, mas que
estavam se reaproximando. A companheira assumiu que haviam saído juntas na
noite do desaparecimento da vitima.
Conforme o depoimento, elas teriam bebido cerveja
juntas na casa da depoente e depois seguido para um bar, onde permaneceram até
cerca de meia noite, quando a vítima quis voltar para casa. A companheira diz
ter acompanhado Lucilene até a própria residência e anda solicitado para a vítima
voltar ao bar, mas acabou retornando sem a namorada.
A companheira de Lucilene diz que voltou para casa às
11 horas do dia seguinte, encontrando a moradia vazia e a chave em um
esconderijo conhecido apenas pelas duas. Ela diz ainda ter telefonado para
Lucilene, mas sem resposta. No celular da companheira de Lucilene, que estava na
casa, havia duas chamadas perdidas, ambas da vítima, feita por volta das 4
horas.
O irmão de Lucilene, que também foi ouvido, afirmou
na delegacia estranhar o depoimento da companheira da irmã, pois as duas
dificilmente se separavam quando estavam juntas e a namorada já havia ameaçado
diversas vezes Lucilene.
Ainda de acordo com o irmão, Lucilene também foi vítima
diversas vezes de agressões físicas por parte da companheira. Outro irmão
comentou que a namorada da irmã não mantinha bom relacionamento com os
familiares de Lucilene, que são evangélicos e não aceitavam o relacionamento de
ambas. (Vela Preta/Waldyr Silva)