Ao ser barrada na carceragem municipal do Bairro Rio Verde, em Parauapebas, para visitar presos, a advogada Betânia Maria Amorim Viveiros, que atua há 12 anos na área criminal no município, protocolou mandado de segurança na Comarca de Parauapebas na última quinta-feira (14), alegando que está tentando garantir seu direito de ter acesso a 15 internos da cadeia do Rio Verde representados por ela. Ela declarou à imprensa que, após uma tentativa de fuga ocorrida na madrugada de quarta (13), teria sido barrada na porta da carceragem pela administração do presídio.
"Nunca vi uma administração tão catastrófica quanto essa. Já é a segunda vez que existe um impedimento e uma afronta prerrogativa onde a direção impede o advogado de ter acesso ao preso, tornando ele incomunicável, o que é proibido por legislação”, declarou Betânia Viveiros, adicionando que não teve como assegurar se seus clientes estavam bem após o ocorrido.
Segundo ainda a causídica, ela não soube o que ocorreu na tentativa de fuga dos detentos porque não recebeu informações, apesar de ela ter 15 clientes custodiados na carceragem. “A gente não consegue ver eles. Não sei se tem alguém machucado, em situação grave, se ocorreu tortura. Não tenho como ver, embora eu seja a representante legal dessas 15 pessoas”, lamentou. Ela diz que acionou a ordem dos Advogados do Brasil e conversou com o juiz Líbio Araujo Moura, titular da 3ª Vara Criminal.
Outra reclamação da advogada foi com relação ao atual diretor da casa penal, José William Freitas Cordeiro. “Ele não cumpre a lei, barra advogado e é um ditador, uma pessoa que afronta a lei, como se isso não significasse nada, como se o Estatuto da OAB fosse um lixo e como se a minha profissão não representasse nada. É uma afronta absurda, um desrespeito. Não podemos ficar calados”, disparou.
Ela diz, ainda, que no dia anterior havia mantido contato telefônico com o diretor, que teria alegado que a visita, naquele momento, ocorreria em momento delicado, porém teria se comprometido a deixar a advogada entrar no dia seguinte, o que, afirma Betânia, não ocorreu.
"As famílias estão aguardando uma resposta. O agente foi mal educado, grosseiro e disse que não seria possível. O que tem de tão especial lá que precisa ser ocultado dos olhos da representante legal dessas pessoas? Tem alguma coisa que as famílias, a promotoria ou a imprensa não podem saber o que está acontecendo?”, questionou.
Procurado pela reportagem, José William alegou que o presídio estava passando por manutenção, após ter ocorrido vandalismo por alguns internos, que teriam se aproveitado de falta de energia no prédio. Esse, segundo ele, foi o motivo de não permitir que a advogada conversasse com todos os seus clientes naquele momento.
"De forma alguma essa direção se coloca como ditadora ou prepotente, muito pelo contrário. Trabalhamos em parceria com o MP, OAB e Poder Judiciário", declarou o diretor, reiterando que a advogada Betânia não entrou na unidade por falta de segurança.
À reportagem, o presidente da Subseção da OAB em Parauapebas, Deivid Benasor, comentou que ao saber do fato procurou pessoalmente o juiz Líbio Moura. “A justificativa dele foi de que teve uma tentativa de fuga e os detentos acabaram deteriorando estrutura da cadeia". (Vela Preta/Waldyr Silva)
Não é a toa que colocaram o apelido dela de Advogada do diabo
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