O
empresário Altamiro Borba Soares, 38 anos, bastante conhecido em Parauapebas, foi
assassinado por um assaltante que lhe roubou um malote de dinheiro na manhã
desta segunda-feira (22), quando ele chegava à agência da Caixa Econômica
Federal, localizada no Bairro Beira Rio. A reportagem apurou que dois homens
sem capacete estavam conduzindo uma motocicleta e teriam seguido Altamiro, que
se deslocou até a agência para depositar um malote contendo o dinheiro da
movimentação do posto de combustíveis do qual é sócio. A quantia roubada não
foi divulgada para a imprensa.
Antes mesmo de entrar
na agência, ao chegar próximo da porta giratória, os bandidos efetuaram três
disparos, acertando dois nas costas do empresário. Em seguida, pegaram o
dinheiro e fugiram. O delegado Thiago Carneiro, da 20ª Seccional Urbana de
Polícia Civil, foi ao local e solicitou as imagens das câmeras de segurança do
banco, mas, de acordo com a autoridade policial, não foram de muita ajuda.
“Por incrível que
pareça, há várias câmeras na agência, mas nenhuma delas conseguiu detectar a
ação do criminoso. Nem mesmo a fuga foi identificada”, relatou, acrescentando
que algumas testemunhas presenciaram o crime e repassaram as características
físicas dos suspeitos. “Estamos agora investigando para descobrir a autoria e
então solicitar a prisão preventiva dos envolvidos”, afirmou.
O delegado também
procurou a central de monitoramento das câmeras da cidade. "Constatamos a
ação de alguns suspeitos ao redor da agência bancária e vamos utilizar também
com isso, o que deve colaborar com nosso trabalho de investigação para apurar a
rota de fuga da dupla”, acrescentou. A reportagem foi informada, também ontem,
segunda, que na sexta-feira (19) o empresário já havia sido seguido por uma
dupla de homens em uma moto.
Questionado a respeito,
o delegado declarou que a Polícia Civil recebeu a mesma informação, que também
será investigada. “Vamos ver se há alguma correlação entre essa suposta
perseguição e o latrocínio". Ainda conforme o Thiago Carneiro, a Polícia
Civil na cidade recebeu o reforço de três investigadores da Superintendência de
Polícia Civil do Sudeste do Pará, com sede em Marabá, para auxiliar nas
investigações. “Já temos algumas suspeitas e esse apoio deverá acrescentar para
a gente”.
O delegado não descarta
a possibilidade de alguma pessoa ligada à vítima ter participação no crime, porque
os bandidos conheciam o horário em que o empresário iria à agência bancária. Ou
seja, como se diz no jargão policial, teria sido "parada dada".
O corpo de Altamiro
sequer chegou a ser encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Marabá e foi
submetido ao exame cadavérico na cidade. "O médico tem respaldo legal, foi
nomeado pela autoridade policial [delegado] e o laudo é válido como qualquer
outro documento", explicou Carneiro, a respeito.
Altamiro era filiado ao
Partido dos Trabalhadores (PT), pelo qual foi candidato a vereador e também
responsável pela Secretaria Municipal de Assistência Social de Parauapebas (Semas)
no governo passado. Atualmente, ele estava afastado da política e dedicava seu
tempo gerenciando os postos de combustíveis da família. A reportagem procurou os
familiares do empresário, que preferiram não se manifestar a respeito da morte.
Em 2008, Altamiro foi
detido pela Polícia Federal por ocasião de um cumprimento de mandado judicial
de desbloqueio da Estrada de Ferro Carajás, sendo liberado em seguida. Na época,
ele foi acusado de ser um dos integrantes do Movimento de Trabalhadores em
Mineração (MTM), que estava fechando a ferrovia, mas depois ele explicou que
esteve no local apenas enquanto assessor da prefeitura para acompanhar a
situação. O sepultamento ocorre hoje, terça-feira (23), no cemitério da cidade.
A Prefeitura de
Parauapebas emitiu nota de pesar na qual lamenta profundamente a morte de
Altamiro Borba Soares e informa que ele atuou no serviço público como
secretário municipal por dois anos, entre 2009 e 2011. “O Governo Municipal
expressa suas condolências a toda a família e amigos de Altamiro, reconhecendo
sua importante contribuição no município como servidor público, empresário e
cidadão parauapebense”. (Vela Preta/Luciana
Marschall)
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