Altair Borba |
Cartazes clamando por justiça |
Representação na praça |
O
assassinato do empresário Altamiro Borba Soares, 38 anos, no último dia 22,
quando ele entrava em uma agência bancária de Parauapebas para depositar a
renda dos postos de combustíveis que gerenciava, provocou sentimento de pesar e
revolta na cidade, onde a violência cresce, sem controle, dia a dia. A
indignação de boa parte da população resultou em manifestação na tarde desta
segunda-feira (29), uma semana depois do crime, na Praça de Eventos.
Centenas
de pessoas, portando cartazes e faixas com protestos contra a criminalidade,
compareceram ao local, onde aconteceram discursos e encenações, alertando às
autoridades sobre a sensação de medo e insegurança que vem, há muito, se
instalando na cidade, e que culminou com a morte de Altamiro, ex-secretário
municipal e pessoa muito conhecida e benquista em Parauapebas, nos meios empresarial
e político.
O
advogado Jakson Sousa Silva, presidente da Subseção da OAB (Ordem dos Advogados
do Brasil), em Parauapebas, declarou à reportagem que a morte do Altamiro Borba
foi o estopim para que a cidade "acordasse" e fosse à praça pedir paz
e, principalmente, segurança, não só pelo assassinato do empresário, mas de tantas
outras pessoas que já foram vítimas fatais da violência.
"Junto
com algumas entidades, como a Câmara Municipal, Acip (Associação Comercial e
Industrial de Parauapebas) e CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), fizemos uma
reunião na semana passada e resolvemos fazer essa manifestação, para que as
autoridades acordem e o Governo do Estado nos ajude a resolver esses problemas",
explicou o advogado.
Segundo
Jakson, hoje a sociedade está participando dos processos de segurança pública emitindo
opinião. "E a nossa instituição, a OAB, como garantidora dos direitos humanos
e da segurança pública, está aqui para prestigiar e cobrar das autoridades a
efetiva atuação nas nossas comunidades, como tem de ser feito", concluiu.
Altair
Borba Soares, ex-vereador da Câmara Municipal de Parauapebas e irmão de
Altamiro, informou que a família dele mora em Parauapebas há muitos anos.
"Infelizmente, por causa de alguns elementos que não têm amor a Deus, a
violência levou o meu irmão Altamiro", lamentou.
Ele
lembra que essa violência não acontece só em Parauapebas, mas em muitos outros lugares,
em que há pessoas perdendo irmãos e filhos. "Não é isso que queremos;
esperamos viver, trabalhar em paz, com tranquilidade, para poder criar nossos
filhos e ajudar esta cidade a se desenvolver", destaca.
Altair Borba
disse que a manifestação teve o objetivo de cobrar das autoridades justiça, para
que a violência diminua e que haja investimentos em segurança pública,
aumentando o número de policiais civis e militares na cidade.
"A
cidade cresce e o governo não acompanha esse crescimento. Já não aguentamos
mais essa situação; tem senhoras sendo assaltadas e estupradas constantemente
na cidade. E hoje, como familiar de uma vítima, estamos aqui para fortalecer
esse movimento. Hoje foi um membro da minha família, mas poderia ser de
qualquer um”, encerrou Altair Borba. (Vela
Preta/Eleutério Gomes)