A Divisão de Repressão a Crimes Tecnológicos da Polícia
Civil do Pará prendeu na manhã desta sexta-feira (26) a quinta pessoa acusada
de envolvimento em crime tecnológico em Parauapebas, Fernando Souza Ferreira,
conhecido como “Duda”, que nega envolvimento no crime. Na casa dele, a polícia
apreendeu um revólver calibre 38 e munições de pistola 380, assim como R$ 8 mil
em dinheiro e diversos cheques.
Como ele foi preso durante o mandado de busca e
apreensão na casa, apenas por posse ilegal de arma de fogo e munições, crime
afiançável, a delegada Vanessa Lee Araújo, da Divisão de Repressão a Crimes
Tecnológicos, que coordenou a operação junto com o diretor da 20ª Seccional de
Polícia Civil, delegado Gabriel Henrique Alves Costa, arbitrou fiança no valor
de 30 salários mínimos.
Ainda na tarde de sexta, Duda pagou o valor
arbitrado, no valor de R$ 26.427,00, e vai responder ao processo em liberdade. Ele
já responde a processo por crime tecnológico, ao ser preso em 2004, na operação
Cavalo de Troia II, juntamente com outras pessoas, acusado de envolvimento no
roubo de dinheiro de contas bancárias pela internet.
Segundo a delegada Vanessa Lee, a Polícia Civil
recebeu informações do cometimento de crimes com uso de recurso tecnológico em
Parauapebas. Com isso, foram iniciadas diversas investigações e em uma delas se
chegou a Duda, por meio de mandado de busca e apreensão na casa dele.
"Durante o cumprimento do mandado, foram encontrados
documentos a arma, munições, dinheiro e cheques, que foram apreendidos e ele
conduzido por posse ilegal de arma de fogo", informa a delegada.
Duda é a quinta pessoa presa em Parauapebas nos
últimos três dias, acusada de envolvimento em crime tecnológico, segundo a
polícia.
Na última quarta-feira (24), foram presos três
empresários, na Operação Keylogger, acusados de usar uma empresa como faixada
para fazer a lavagem do dinheiro subtraído de contas bancárias por meio da
internet, em valores que podem ultrapassar R$ 2 milhões, segundo a polícia.
Sílvia Cleia do Nascimento, Fábio da Costa Silva e
Wellin Botelho Viana, conhecido por “Gil da Construferro”, continuam presos em
presídios de Marabá. Uma quarta pessoa conduzida na operação, Elenildo Holanda
da Silva, vigia da empresa, foi ouvida e depois liberada.
Segundo a delegada, até agora não há relação entre Duda
e os demais presos na quarta-feira. Ela diz que isso é parte das ações que a
polícia está realizando no município.
Ainda de acordo com Vanessa, o acusado vai responder
por posse ilegal de arma de fogo e pode vir a responder a outros delitos, dependendo
do que for apurado e materializado no decorrer das investigações.
Aparentemente tranquilo, Duda fez questão de
conceder entrevista à imprensa. Ele admitiu que a arma apreendida é
sua e diz que a usa para se proteger, assim como a sua família, porque o índice
de violência é alto no município. Garantiu que nunca mais teve qualquer envolvimento
com hackers e que sequer mantém amizade com as pessoas com as quais foi preso.
Duda assegura que o dinheiro encontrado em sua
residência foi da venda de uma moto, uma vez que ele hoje trabalha com compra e
venda de veículos. Também disse que os cheques apreendidos são de clientes que
compram veículos parcelados. "Muitos desses cheques as pessoas já pagaram.
Faltava eu devolver", diz. (Tina
Santos / Jornal Correio)
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