Uma guarnição da Polícia Militar prendeu na última
terça-feira (9) no Bairro da Paz, em Parauapebas, Breno Monteiro Campos, de 18
anos, acusado de vender por R$ 50 uma mistura que, supostamente, era cocaína,
mas não passava de fermento em pó desses utilizados em massa de bolo e um
medicamento, ainda não identificado, para anestesiar cães.
A polícia chegou até o jovem após ele ter sido
denunciado por vizinhos por suspeita de estar traficando drogas. "A noite
ele passava vendendo e um cidadão que percebeu a movimentação nos informou
quando a gente estava passando. Abordamos o suspeito e ele confessou que
realmente estava comercializando droga", informou o soldado PM Dias.
Após fazer uma busca na residência de Breno Campos,
a polícia encontrou uma lata do fermento e medicamentos, além de uma parte da
mistura já embalada. "Ele misturava fermento em pó com remédio para
cachorro e chegava a uma química com efeito semelhante ao da cocaína. Estava
vendendo isso e aparentemente o pessoal estava gostando”, acrescentou o
policial.
O rapaz foi encaminhado à 20ª Seccional Urbana de
Polícia Civil, onde o delegado plantonista André Tavares ficou numa situação
difícil de ser resolvida. O problema é que Breno só poderia ficar preso se o
remédio for substância proibida no Brasil ou se aparecesse alguma vítima
comprovando que ele havia fornecido o produto para ser inalado.
“Ele poderia até responder por estelionato, se
houvesse vítima, mas ninguém veio reclamar, porque seu entorpecente não foi
comercializado como estava previsto”, comentou o delegado, acrescentando que o
produto apreendido foi encaminhado para o Centro de Perícias Científicas "Renato
Chaves". O suspeito não informou o nome do produto que vinha utilizando e
nem a forma como estava confeccionando a cocaína falsa.
"Observamos um pó que aparentemente é fermento,
e tem também embalagens com uma substância que ainda não conseguimos
identificar. Ela será encaminhada para perícia para se verificar se há alguma
substância proibida pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], um
entorpecente, que possamos relacioná-lo ao tráfico. Caso contrário, será
impossível manter Breno encarcerado”, informa o delegado.
Breno Campos foi ouvido em depoimento e a Polícia
Civil aguarda o resultado do laudo para poder pedir ou não a prisão do
suspeito. Procurado pela reportagem, ele preferiu não se manifestar. (Vela Preta/Waldyr Silva)