O bebê de Maria Elitânia Conceição de
Sousa, 27 anos, que morreu após passar por uma cirurgia cesariana no último dia
27, também perdeu a vida no início da madrugada desta segunda-feira (4). Ele
estava internado na UTI neonatal do Hospital Regional do Sudeste do Pará, em
Marabá, desde o nascimento.
Os familiares de Maria acusam a equipe
que atendeu a mulher no Hospital Materno Infantil de ser negligente com o parto
e com o pós-operatório. Segundo informações do marido dela, José Raimundo
Marques, 35 anos, a vítima deu entrada no hospital por volta das 6h40, já com a
bolsa estourada, mas só entrou na cirurgia depois das 16 horas.
Familiares afirmam ainda que ouviram nos
corredores do hospital que faltava material cirúrgico para a cesariana. Além
disso, após o nascimento da criança, Maria permaneceu passando mal por bastante
tempo sem receber atendimento. José Raimundo diz que os enfermeiros afirmavam
que as reações de palidez e dor eram normais por causa da anestesia. Ao
anoitecer, Maria teve uma convulsão e morreu de hemorragia interna.
A criança foi velada durante o dia de ontem
(4) no mesmo local que a mãe, em um templo da Igreja Assembleia de Deus, no
Bairro Liberdade, e sepultada na mesma tarde. O marido de Maria e pai da
criança, que foi registrada como Gean Gustavo, mesmo após a morte, registrou
boletim de ocorrência na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil com o delegado
plantonista Rayrton Carneiro.
O delegado informou por telefone que
nesta terça-feira (5) inicia o levantamento de quem precisa ser ouvido, entre
familiares e equipe médica, para depois fazer as intimações e marcar as
audiências. Além disso, a Reportagem apurou que o laudo da morte da mãe já foi
confeccionado pelo Instituto Médico Legal (IML) e deverá chegar às mãos da
autoridade policial ainda nesta semana.
O pai da criança informou durante o velório
do filho que está juntando documentação, como o laudo médico e registro do
bebê, para procurar novamente a delegacia e registrar outro boletim de
ocorrência, desta vez acerca da morte do filho. Ele informou, ainda, que o
médico responsável por cuidar da criança na UTI neonatal confirmou que o parto
demorou para acontecer e isso prejudicou o bebê.
“O médico não quis se meter no assunto
do outro [que fez o parto]. Então, ele me disse que o bebê realmente passou da
hora de nascer, mas sem dar muitos detalhes”, explicou José, acrescentando que
vai até as últimas circunstâncias para entender o que aconteceu com a mulher e
o filho. “Vou procurar a Justiça para ver qual foi o motivo dessa menina
morrer. O médico durante esse tempo não saiu pra se defender, não saiu pra
falar nada na Imprensa e isso nos dá mais certeza de que realmente houve erro.
A gente não teve explicação nenhuma”, finalizou. (Luciana Marschall)
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