sábado, 27 de agosto de 2016

Operação da PM apreende armas e restos de onças abatidas


A Polícia Militar apreendeu na manhã desta sexta-feira (26), em Curionópolis, um arsenal de mais de 30 armas de diversos modelos, várias cabeças de onças, carcaça de jacaré, pássaros silvestres, motores de motocicleta e uma porção de maconha.

Júlio César, de 54 anos, e Francisco Evangelista, 69 anos, foram presos e uma mulher foi conduzida para prestar esclarecimentos na 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil, em Parauapebas.

Pelos crimes de porte ilegal de arma, inclusive de uso restrito, abate de animais ameaçados de extinção e protegidos por lei, captura de animais silvestres e tráfico de droga, os acusados podem pegar mais de 15 anos de prisão.

Segundo o tenente PM Faustino, a operação foi resultado de um trabalho do serviço de inteligência da corporação, que vinha investigando o derrame de arma de fogo em Curionópolis.
A operação foi montada com base nas informações colhidas, com apoio de homens da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), Grupamento Tático Operacional (GTO) e outras guarnições do 23º Batalhão da Polícia Militar.

As armas de diversos calibres foram encontradas numa casa localizada na Rua Bahia, em Curionópolis, como 12, 16 e 32, e de uso restrito da polícia e forças armadas, como 9 milímetros e 7,62, além de farta munição dessas armas e até de fuzil AK 47, usado pelo Exército da Rússia, e muitas cápsulas de pólvora.

Ao verificar outros cômodos da casa, os policiais encontraram um freezer abarrotado de cabeças de onças pintadas e pardas, patas dos animais, ossada de cabeça de jacaré e de onça e diversos pássaros da fauna brasileira protegidos por lei, e ainda motores de motocicleta e certa quantidade em maconha.

Perguntado sobre a possibilidade de os acusados estarem usando as armas para outros tipos de delito, o tenente respondeu que isso ainda vai ser apurado, porque as investigações terão continuidade. "As investigações vão apontar se eles utilizavam as armas só para caçar ou para a prática de outros crimes”, ressalta o tenente Faustino.

Na delegacia, a princípio, os acusados se negaram a falar com a imprensa, mas depois declararam que são ferreiros e trabalham em consertos de armas na cidade, porém, sem autorização para o ofício.

Francisco Evangelista afirmou que é aposentado como agricultor e trabalha na manutenção das armas para completar o orçamento doméstico. Ele nega que tenha qualquer participação no abate e captura de animais.

Já Júlio Cesar assumiu que os animais eram dele, mas não quis falar se foi ele quem abateu ou de quem teria adquirido. Afirmou apenas que já fazia algum tempo que as cabeças, patas e rabos das onças estavam no freezer e que pretendia secá-los para serem usados como troféus. Quanto aos pássaros, disse que apenas criava e que nunca comercializou aves. A declaração dos acusados, no entanto, não convenceu a polícia, que acredita que ambos estão envolvidos no esquema de abate de animais.

A crueldade contra os animais chocou policiais e muitas pessoas que foram até a delegacia para verem os restos dos animais. O sentimento geral era de revolta. Os dois acusados ficaram em sala reservada, para evitar que fossem agredidos pela população. (Vela Preta/Tina Santos/Waldyr Silva)

Um comentário:

  1. Parabéns pela reportagem meu amigo vela preta.
    Gostaria de sugerir q vc pudesse postar e pesquisar sobre o crime ocorrido no 30..assassinato d Eduardo Amâncio

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