terça-feira, 21 de julho de 2015

Polícia Civil do Piauí mantém sigilo sobre assassinato de soldado do Pará

Até o fechamento desta matéria, a Polícia Civil do Estado do Piauí ainda mantinha em sigilo as investigações sobre a execução do soldado Maycon Wellington Teixeira Batista, de 32 anos, lotado no 23º Batalhão de Polícia Militar, com sede em Parauapebas, e foi assassinado em Teresina (PI) na última sexta-feira (17).

Em declarações prestadas à reportagem, o capitão PM Dercílio Júlio explica que o soldado Maycon estava de licença médica no Estado do Piauí após ter machucado o joelho. O oficial acompanhou o sepultamento, que ocorreu no último sábado (18), no município Barro Duro (PI), onde a família da vítima reside, e informou que a Secretaria de Segurança do Estado do Piauí está apoiando totalmente as investigações.

Ele acrescenta que após o enterro do colega foi a Teresina e falou com o secretário, a quem solicitou apoio da Polícia Civil. No domingo (19), o policial militar disse ter conversado com o delegado Danúbio Dias, que está à frente da situação.

Execução
Segundo ainda o capitão, o soldado Maycon Wellington estava retornando de uma igreja evangélica, por volta das 19h30 de sexta-feira (17), dirigindo um veículo Ford Fox, de placa HYE 9821, quando foi alvejado na Avenida Miguel Rosa, Zona Sul de Teresina. Ao receber os primeiros disparos, a vítima ainda saiu correndo do veículo, mas foi alvejada novamente por cinco disparos, dos sete efetuados, um deles na cabeça.

Soldado exemplar
O soldado Maycon Wellington era considerado bom policial pelo comando do 23º BPM. “Era um excelente policial. Fui seu comandante e ele nunca faltou ao serviço. Era estudioso e de família humilde”, reconheceu o capitão Dercílio Júlio, acrescentando que Maycon entrou para os quadros da Polícia Militar em 2009, era formado em História e atualmente estava estudando para outro concurso.

Ameaças
Um dia após a morte do policial militar, no sábado, comentários rapidamente se espalharam em grupos de Whatsapp do meio policial e de imprensa dando conta que Maycon havia sido ameaçado de morte por um homem identificado apenas por Samuel, foragido da carceragem do Rio Verde, em Parauapebas.

Os boatos diziam também que a ex-companheira do soldado, Nilcélia de Sousa Silva, conhecida por “Maíra”, ex-diretora da casa penal, teria envolvimento no crime, por ter mantido caso amoroso com Samuel, que teria prometido matar o policial.

Indagado sobre o assunto, Dercílio Júlio respondeu que a denúncia estava sendo investigada pela Polícia Civil do Piauí. "Maíra estava na casa dele, com ele, no Piauí, mas há três semanas havia sumido do local", revelou. Maíra não foi localizada pela reportagem para comentar as suspeitas. Samuel, segundo o militar, é conhecido por fazer parte de um bando que comete assaltos no Piauí. “Ele é muito perigoso”, comentou.

A página de notícias Cidade Verde, de Teresina, divulgou neste final de semana que a Polícia Civil da capital acredita que a morte do soldado possa ter sido crime por encomenda e que a Delegacia de Homicídios já estaria com as investigações avançadas.

O delegado Francisco Baretta, coordenador da delegacia especializada, informou à publicação que equipe comandada por ele colheu informações que levam a crer que foi crime de pistolagem.

"Há tempos não tínhamos crime de morte por encomenda aqui em Teresina, mas as primeiras investigações estão nos levando a isso", disse o delegado à página de notícias. (Vela Preta/Waldyr Silva)

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